Segue abaixo, artigo do prof. Ricardo Cabral, Gerente de Polo Aquático da CBDA, sobre as diferentes realidades do polo aquático brasileiro. Lembramos que a participação de todos é muito bem-vinda atarvés dos comentários, desde que devidamente identificados.
O polo aquático brasileiro e suas diferentes
estruturas organizacionais e diferentes realidades
Não resta a menor dúvida de que, o polo
aquático brasileiro, apresenta, hoje, diferentes formatos, estruturas,
motivações e, talvez, diferentes investimentos pessoais e institucionais.
Quando me refiro à investimentos pessoais e
institucionais, me refiro ao apoio e suporte direto financeiro e ou, estrutural
que pessoas e ou filiadas esportivas (clubes) conferem à modalidade, no caso específico
ao polo aquático.
Acredito que para se ter um investimento
institucional, deva existir primeiro, um investimento pessoal. Não necessariamente financeiro, mas, pelo
menos, uma pré disposição das pessoas diretamente ligadas aos clubes, em não
medirem esforços para captar recursos, sensibilizar dirigentes no mais alto
escalão e envolverem tempo de suas vidas, num projeto que visa o
desenvolvimento da modalidade.
Exemplos não nos faltam. São as vezes técnicos,
dirigentes, e pessoas ligadas ao esporte, verdadeiros abnegados que tomam isso
como bandeira. Na verdade são os Angelos , Ernestos, Iques, Leo Vergara,
Canettis, entre outros da vida que fazem até com que o investimento pessoal se
transformem em investimento institucional (clubes). Uns maiores e outros
menores, na medida em que o poder econômico os diferenciam.
Existem, também, aqueles clubes com uma grande
tradição no polo aquático que, apoiados numa estrutura voltada para o esporte
em geral, quando bem administrados, mantem em seu quadro esportivo a
modalidade, através de projetos incentivados e com recursos próprios do clube.
Como exemplo estão o Pinheiros e, agora, o Paulistano, que além de voltar a
investir na modalidade pensando no esporte de rendimento, está desenvolvendo um
projeto com piscinas em Osasco na região
da Grande São Paulo.
Temos, ainda, o SESI-SP que com um projeto
sólido pelo interior do Estado, tem na Vila Leopoldina sua matriz do polo
aquático de alto rendimento. Um projeto que inicialmente, muitos pensaram que
iria contribuir para o “fim do polo brasileiro (aliás como as pessoas insistem
na tecla apocalíptica do “fim do polo”), mas muito pelo contrário, foi feito
com os pés no chão, e caminhando paralelamente o rendimento e a formação.
Exemplos estão em Ribeirão Preto, tanto no masculino quanto no feminino. Não
podemos deixar de mencionar o Projeto Futuro de Baurú com um enfoque social e que,
agora, já começa a pensar, também no alto rendimento.
Outros clubes adotam uma postura mais
mercantilista, como o Fluminense, muito talvez em função do patrocinador principal
ser um banco e como em todo banco, o que está em jogo é a lógica do resultado. Neste caso, ainda não me pareceu (me
desculpem se estiver enganado) o investimento pessoal se transformar num
verdadeiro investimento institucional (clube) e nem tão pouco com a
preocupação com a formação, como nos outros exemplos citados acima. Vejo,
ainda, com uma certa restrição, jogadores
jovens, ainda em formação, saírem de seus clubes com propostas para
jogar em categorias de base). Aliás, não sei nem se deva ser essa a verdadeira
motivação. Da mesma forma não posso
dizer se está certo ou errado. Como estamos tratando de esporte de rendimento e
o resultado é o que interessa, cada um tem o direito de pensar e agir como
quiser . Acredito, entretanto, que o resultado de hoje, possa nortear o
resultado de amanhã, podendo ter consequências positivas e ou negativas para o
próprio esporte. Já que falamos de polo aquático, podemos chamar de efeito
Pró-Reco ou até mesmo de efeito da Vodca Smirnoff, aquele mesmo do “....eu sou
você amanhã...
Que modelos adotar? Não sei. Vai depender das
motivações individuais de cada um, dos interesses institucionais, e porque não,
sem ofensas, da vaidade e do tamanho do ego de outros.
Ricardo Cabral
Como faço para entrar em contato com o Ricardo Cabral?
ResponderExcluirRicardo,
ResponderExcluirRealmente cada um segue a sua estrada e talvez os atalhos para se chegar ao seu objetivo!! Uma coisa que esta certa para uns pode ser que esteja errado para outros. e vice - versa!! neste mes de Maio o Flamengo fez 100 anos de Polo aquático onde participo remando pra frente a mais de 36 anos! tenho certeza que outros 100 virao!
abs
canetti
Esporte Rio meus contatos sao 91998191 e rgcabral@terra.com.br
ResponderExcluirRicardo cabrsl
Prezado Prof. Cabral,
ResponderExcluirMe perdoe, mas o modelo esportivo brasileiro está "na contra mão" do que hoje se pratica no esporte mundial.
Este modelo de clubes sociais / esportivos não tem mais espaço na sociedade brasileira e digo de "cátedra" tendo sido dirigente do Pinheiros por tanto tempo. Hoje o associado que seu espaço e não quer dividir com militantes e nem quer "pagar esta conta".
Temos que urgentemente mudar esta formula e concentrar o esporte de formação no período extra curricular das escolas e para tanto tem-se que unificar as ações do Ministério e Secretarias de Educação com as do Ministério e Secretarias de Esporte que por diferenças politicas (são de partidos diferentes) não há um trabalho conjunto.
No alto rendimento poderemos ter clubes específicos de cada esporte (não dá para se ter um clube com 16 esportes olímpicos como o Pinheiros)e com Campeonatos geridos de forma empresarial (vide Estados Unidos no basquete, hóquei, futebol).
Finalmente temos que ter gestões com tempo determinado em Federações, Confederações e mesmo no COB.
Enfim professor, tem-se muito a discutir, estruturar e planejar quanto este tema de organização do esporte Brasileiro e muito mais ainda sobre o Polo Aquático.
Luis Eduardo Pinheiro Lima