Pular para o conteúdo principal

Londres 2012: masculino quartas-de-final

A partida entre Espanha x Montenegro começou muito parelha, com as duas equipes se alternando na liderança do placar, porém, do 2º quarto até o final do 3º, o aproveitamento nas jogadas de H+ começou a pesar a favor de Montenegro (nesse período a equipe espanhola desperdiçou nove H+). No início do último quarto, a vantagem montenegrina era de 4 gols (10 a 6), mas dessa vez quem parou de marcar gols foi a seleção de Montenegro e, faltando 2 minutos para o final, a Espanha voltou pro jogo ao diminuir o placar para 9 a 10. Contudo, no ataque seguinte, em mais uma jogada de H+, Montenegro definiu a partida. Destaque para Zlokovic, autor de 4 gols, três deles em jogadas no pau-do-gol.
A soberba da Sérvia quase proporcionou a 1ª grande surpresa do polo aquático nesses Jogos Olímpicos. Depois de abrir 2 a 0 logo no início, os sérvios simplesmente pararam de jogar. A Austrália, que tinha a mesma proposta do jogo contra a Grécia, qual seja, uma marcação por pressão bastante agressiva e a saída veloz para o ataque, virou o jogo ainda no 1º quarto e fechou o 2º quarto com 7 a 4 no placar. Os sérvios demoraram para voltar pro jogo, surpresos com a situação, passaram a errar muito no ataque e o 3º quarto terminou 8 a 6 para a Austrália. No último quarto, finalmente a Sérvia botou em prática seu estilo de jogo, isto é, um jogo extremamente físico, muitas vezes ríspido e bastante agressivo, tanto na defesa, quanto no ataque, e os australianos não conseguiram mais jogar. Resultado, 5 a 0 para a Sérvia no 4º quarto e 11 a 8 no placar final.
Itália x Hungria foi um jogo espetacular. A Hungria entrou com a mesma marcação triangular que anulou o ataque dos EUA, mas o problema dos húngaros no jogo de hoje, foi que a Itália tem arremessadores melhores do que os EUA. Felugo, Pérez e Figlioli acertaram arremessos de longa distância que colocaram a Itália na frente ao final do 2º quarto: 5 a 4. No 3º quarto, a principal característica da equipe italiana sob o comando de Campagna apareceu, uma defesa fortíssima, que se movimenta com muita rapidez, e a Itália aumentou a vantagem para 8 a 5. No último quarto a Hungria foi para o tudo ou nada, marcando pressão e atacando com dois centros, conseguiu, por duas vezes, diminuir a diferença para apenas um gol, mas um arremesso de Felugo, dos 7 metros, quando faltavam 58 segundos para o final, praticamente decidiu o jogo. Os húngaros ainda diminuíram com Madaras, mas na tentativa de recuperar a bola, provocaram mais uma expulsão. No último segundo, Presciutti ainda teve tempo para marcar mais um gol: 11 a 9 para a Itália. Com esse resultado, chega ao fim a trajetória de uma das mais talentosas gerações húngara, tricampeã olímpica. Na sexta-feira, Itália e Sérvia reeditam a final do Mundial de Xangai em uma das semifinais.
No último jogo do dia, a Croácia passou sem grandes sustos pelos EUA  e se garantiu nas semifinais. Os dois finalistas de Pequim 2008, Hungria e EUA, estão fora da briga por medalhas. As duas maiores dificuldades dos EUA contra a Croácia foram que o ataque norte-americano com Ryan Bailey é uma coisa, sem ele é outra, bem mais fraco. Só que Bailey é um veterano, de 37 anos, que está se despedindo da seleção norte-americana. A outra dificuldade, a principal delas, foi passar pelos braços croatas. Foi simplesmente absurdo o número de arremessos dos EUA que pararam no bloqueio, bateram na trave ou foram defendidos por Pavic. A partir de um determinado momento ficou visível o constrangimento dos atacantes norte-americanos a cada jogada de H+ desperdiçada (foi apenas um gol em 16 H+). Em contrapartida, os arremessos croatas passavam sem problemas pelo bloqueio dos EUA. Depois de abrir 5 a 0 ao final do 2º quarto, a Croácia pôde botar em prática seu estilo mais pesado, sem muita movimentação e foi administrando o jogo até o final.


 Quartas-de-final 
Espanha 9 Montenegro 11
(4-4, 1-3, 1-3, 3-1)
Gols Espanha: Minguell (2), Valles (2), Martin, Pérez, Mallarach, Perrone e Garcia.
Gols Montenegro: Zlokovic (4), M. Janovic (2), N. Janovic, Ivovic, Brguljan, Paskovic e Draskovic.

Austrália 8 Sérvia 11
(3-2, 4-2, 1-2, 0-5)
Gols Austrália: Campbell (2), Beadsworth (2), Howden, Whalan, Cleland e Miller.
Gols Sérvia: Filipovic (3), Prlainovic (2), Gocic (2), Aleksic, Mitrovic, Udovicic e Pijetlovic.

Itália 11 Hungria 9
(2-2, 3-2, 3-1, 3-4)
Gols Itália: Felugo (3), Presciutti (3), Figlioli (3), Pérez e Giorgetti.
Gols Hungria: Madaras (3), Kasas (2), De. Varga (2), Da. Varga e Biros.

Croácia 8 EUA 2
(2-0, 3-0, 2-2, 1-0)
Gols Croácia: Buric (2), Boskovic (2), Obradovic (2), Sukno e Barac.
Gols EUA: Bailey e Varellas.


Semifinais - 10/08
Croácia x Montenegro
Sérvia x Itália

Disputa de 5º a 6º lugar
Espanha x EUA
Hungria x Austrália

Comentários

  1. Duas observações, reparem na infinidade de expulsões de marcadores de centro SEM bola! E a nadadinha de costas que o centro dá para receber a bola qnd o marcador pega a frente ou o lado, não é falta de ataque como no Brasil.
    Abs Quito

    ResponderExcluir
  2. A arbitragem está bastante rigorosa com agarrão fora do lance da bola. Foi uma marcação dessa q praticamente definiu Itália x Hungria, qdo, faltando 21 segundos para o final, o árbitro expulsou um atleta húngaro, no perímetro, longe da bola, por estar agarrando. Outra coisa, a bola entrou, o marcador está nas costas do centro, é expulsão, ñ adianta levantar o braço depois.

    ResponderExcluir
  3. Eu estou enxergando demais ou deu pra ver nosso amigo Sergio Moraes tirando umas fotos na beira da piscina?

    ResponderExcluir
  4. Sou eu mesmo Clodoaldo. Tenho acompanhado esses partidaços cobrindo para a Reuters ao lado do companheiro Laszlo (fotografo da Reuters na Hungria). Ele fez todo o campeonado e eu fui ajudar apartir das quartas de final.

    abs

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

É muito difícil!

Como é difícil gostar de polo aquático no Brasil! Não é a toa que entra ano, sai ano, não se consegue formar um público consumidor de polo. O público na arquibancada tem sempre a mesma configuração: parentes dos atletas e, às vezes, alguns atletas da base da equipe mandante. Raramente se vê alguém que foi ao jogo porque gosta de polo aquático e acompanha os campeonatos. Nem ex-atletas, nem mesmo os praticantes amadores, ninguém se sente atraído pelos campeonatos que acontecem no Brasil.

Celeiro de craques

De meados dos anos 1980 até boa parte dos anos 1990, as regiões Norte e Nordeste do Brasil foram palco de uma atividade muito intensa de polo aquático. Foi a época, por exemplo, do Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão, que reunia as equipes do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul; da Seleção Brasileira da 1ª Divisão, formada nos anos 1990; e de atletas como Maurício Bittencourt, do Pará, e Léo Vergara, da Paraíba, que fizeram parte da Seleção Brasileira principal. Contudo, do final dos anos 1990 em diante, parecia que o polo aquático havia desaparecido de forma definitiva nessas regiões. Porém, graças ao trabalho inovador e incansável de Hélcio Brasileiro, pioneiro nessa onda de blogs sobre polo aquático com seu Polo Aquático Ceará , e criador do Circuito Norte/Nordeste que, entre 2005 e 2007, voltou a colocar essas regiões de novo no mapa do polo aquático brasileiro, o polo ressurgiu com o mesmo vigor de décadas passadas. Um dos principais frutos desse ressurgimento foi o Náutico Atléti...

CBDA: convocação para treinamento

A CBDA, através do boletim nº 067/13, anunciou a convocação de 22 atletas para um período de treinamento, entre os dias 26/03 e 02/04. O treinamento no Rio de Janeiro será realizado na Escola Naval, a partir das 09:30h, enquanto em São Paulo será realizado no SESI Vila Leopoldina, a partir das 12:00h. Reproduzimos abaixo a lista da CBDA.