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Rio 2016 escancara os problemas do polo brasileiro

Com os Jogos do Rio 2016 cada vez mais perto, fica, também, cada vez mais claro o impasse que aflige o polo aquático brasileiro. Sem uma política de desenvolvimento definida (e, justiça seja feita, esse é um problema do esporte brasileiro em geral e não apenas do polo aquático) é difícil imaginar que o esporte possa aproveitar os Jogos Olímpicos para crescer e se consolidar. A pouco mais de 4 anos da Olimpíada do Rio, a preparação das Seleções derrapa em velhos problemas, sendo os principais, a dificuldade dos atletas em conciliarem um treinamento mais intenso com compromissos profissionais e pessoais, e a elaboração de um planejamento que não fique apenas no papel.
Com relação aos atletas, o caráter amador do polo aquático brasileiro gera essa situação e, se como torcedores ficamos desapontados quando atletas têm que abrir mão da Seleção ou, em alguns casos, até mesmo do polo aquático, devido a escolhas profissionais, como pais compreendemos perfeitamente as opções desses atletas, uma vez que, hoje em dia, retardar sua entrada no mercado de trabalho pode trazer consequências negativas no futuro. No Brasil, não existe um mercado de polo aquático, como convencer jovens que estão começando em suas profissões a se dedicarem em caráter integral ao polo aquático? Qual o retorno que um investimento desse trará? É evidente que a solução a médio e longo prazo é a profissionalização dos clubes, processo que, além de ainda estar engatinhando no Brasil, não é garantido que vá adiante. Outra solução, essa de curto prazo, visando a Olimpíada do Rio, seria a adoção de uma Seleção permanente, o que também gera alguns problemas, como uma possível desmotivação daqueles que ficarem de fora desse projeto e, principalmente, a necessidade de se buscar recursos para que a adesão a esse projeto valha a pena, uma vez que, como já dissemos, não existe um mercado de polo no Brasil que sustente os investimentos no período pós-Olimpíada.
No que diz respeito ao planejamento, no final de novembro de 2011, em um comentário à postagem sobre o Torneio Pan Pacífico, o gerente nacional de polo aquático da CBDA, prof. Ricardo Cabral, nos apresentou um calendário animador para as Seleções, no qual despontavam as tão importantes e cobradas viagens de intercâmbio. Recentemente, esse calendário foi reafirmado, com o anúncio da data da viagem da Seleção Masculina para a Croácia: 23 de fevereiro.
Pois bem, após a participação no Pan Pacífico, as Seleções ficaram um mês sem treinar e, enquanto a Feminina embarca amanhã (14/02) para os EUA para a disputa da Liga Mundial, com apenas 5 dias de antecedência, a Masculina foi informada que a viagem de treinamento para a Croácia está cancelada. No momento, a Seleção Masculina se encontra em São Paulo, só que, segundo informações de amigos do Potóff que estiveram no SESI Vila Leopoldina, apenas 10 dos dezesseis convocados estão treinando.
Em menos de 40 dias a Seleção Masculina estará em Edmonton, no Canadá, para a disputa do Pré-Olímpico, na busca por uma das quatro vagas restantes para Londres 2012. Como dissemos em outra postagem, é uma tarefa dificílima, mas não impossível (veja aqui a análise do Pré-Olímpico). Porém, tendo apenas a disputa do Sul-Americano de Belém como preparação, a tarefa deixa de ser dificílima para se tornar uma missão impossível.
Não queremos aqui iniciar nenhuma caça às bruxas, até porque, na nossa opinião, o problema principal é estrutural. Enquanto não houver um processo de descentralização na CBDA, que permita um aumento da estrutura e, consequentemente, uma maior profissionalização das funções, o polo aquático brasileiro vai continuar vivendo de ações pontuais, isoladas, que podem até ser bem intencionadas, mas que não acarretarão em nenhum grau de desenvolvimento.

NOTA - Para efeito de ilustrar o texto, informamos que os atletas João Felipe (BFR) e Emílio Vieira (ECP), por motivos profissionais, não podem mais se dedicar à Seleção. Recebemos, ainda, o comentário de um amigo, com a notícia de que o atleta Heitor Carrulo parou de praticar polo (como essas informações não nos foram passadas pelos próprios atletas, estamos abertos a confirmações ou desmentidos).

NOTA 2 - Segundo os amigos que presenciaram o 1º treino da Seleção Masculina em São Paulo, não estavam na água os atletas Marcelo "Marcelinho" Chagas, Thyê Bezerra, Bernardo "Braguinha" Reis, Gabriel Reis, César "Cesinha" Queiroz e Caio "Mamão" Lima (como essa não é uma informação oficial, estamos abertos a correções).

Comentários

  1. o atleta Thye bezerra nao estava presente pois esta em roma onde passou o ultimo mes treinando intensivamente no time Roma Vis Nova, serie A2 do campeonato italiano, pensando unica e exclusivamente, em sua evolucao como atlet.a para que assim, possa defender ainda melhor a selecao brasileira. este mesmo, estara de volta na proxima semana para se juntar ao resto da equipe. desde ja venho informar a todos que isso foi feito com a autorizacao da comissao tecnica da selecao. um abraco a todos e parabens para este site que cada dia que passa demonstra ser um meio de comunicaçao justo, correto, serio e totalmente voltado a ajudar na evolucao de nosso esporte.

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