Pular para o conteúdo principal

Entrevista com Ricardo Crivella

Ricardo Crivella, treinador do Tijuca


Todos que acompanham o polo aquático brasileiro, lamentaram a ausência do Tijuca Tênis Clube, do Rio de Janeiro, nas competições do 2º semestre de 2011. Clube tradicional, formador de atletas e atuante em todas as categorias, o Tijuca passa por um momento muito difícil no polo aquático e todos temem que a recente história do Guanabara se repita. Para saber o que está acontecendo, o Potóff foi direto à fonte e entrevistou o treinador Ricardo Crivella, nome que é quase sinônimo de polo aquático no Tijuca.


Pra começar, fale um pouco sobre a sua trajetória no polo e, em especial, no Tijuca.
O Tijuca foi meu único clube como jogador e como treinador. Comecei como técnico em 1986, na escolinha e dirigindo uma equipe de petiz. Hoje estou como coordenador e técnico das categorias Júnior, Sub-19, Sub-21 e Adulto. Esse ano completei 25 anos como técnico.

O que está acontecendo com o polo aquático do Tijuca?
Estamos passando por uma administração que não sabe o que é o polo aquático no Tijuca e no Brasil. Portanto, estamos sofrendo com isso, sem investimentos e abandonados por falta de interesse dos dirigentes.

Quais as perspectivas para o ano que vem?
Gostaria muito de responder a esta pergunta, mas na verdade não sei de nada do clube.

Quais as suas perspectivas pessoais para o ano que vem?
Continuar a trabalhar, conquistando títulos e desenvolvendo jogadores para todo o Brasil.

O Tijuca sempre teve uma base forte, com a maior escolinha do Rio de Janeiro. A procura pela Escolinha do Tijuca continua?
Não, devido ao valor cobrado. Já fomos a maior escola do Brasil, sim, com muito orgulho, e nas categorias de base sempre tivemos títulos estaduais e nacionais.

Na sua opinião, o que pode ser feito para mudar essa situação pela qual passa o Tijuca?
Mudar o perfil da administração urgente! Ser mais profissional, para gerar uma maior credibilidade com todos os atletas e pais.

Como você vê o momento atual do polo brasileiro, tanto em termos de Seleções como de clubes?
Está bom, mas poderíamos andar mais rápido. Na seleção, aumentando os treinos internacionais e participando de eventos também internacionais. Quanto aos clubes, estão no caminho certo, investindo no esporte. Menos o meu!

E o momento atual do polo carioca, que esse ano não teve Estaduais?
Infelizmente, com o investimento de alguns e outros não, aconteceu isso pela primeira vez.

Em termos mais gerais, o que você acha que pode e deve ser feito para o polo aquático brasileiro crescer?
Em termos gerais, entrar na mídia, como já aconteceu em Malhação [seriado adolescente da Rede Globo]. Para quem se lembra, foi o melhor momento do polo no Brasil. Nessa época fomos a maior escola do Brasil. Acho que deveríamos procurar uma maneira urgente de entrar na mídia, seja através de comerciais, novelas, entrevistas etc.

E para o polo carioca, o que você sugere?
Mais responsabilidade com o crescimento do esporte. Aqui geramos excelentes atletas.

Tem alguma coisa que a CBDA (ou qualquer outra instituição) possa fazer para ajudar o polo do Tijuca a se recuperar?
Acho que não. A CBDA e a FARJ sempre nos ajudaram. Hoje só depende do próprio clube querer investir no esporte rapidamente.

Como anda o astral dos profissionais do polo do Tijuca com toda essa situação?
Está muito difícil no nosso dia-a-dia. Não sei o que poderíamos fazer sem apoio algum.

E o astral dos atletas?
Gosto muito dos meus atletas, mas nessas condições, não consigo saber como anda o astral deles.

Comentários

  1. Dos anos 2000 para cá assistimos às saídas de Vasco da Gama, Guanabara e agora Tijuca do Pólo Aquático.

    O América, que tinha um bom time nos anos 80 e 90, não conseguiu voltar às competições oficiais, assim como Escola Naval e UFRJ não conseguiram entrar.

    Não sei quais clubes disputavam os Estaduais dos anos 30 aos 80. Mas é preciso criar ou recriar escolinhas nestes clubes. Há boas piscinas no Olaria, no Marina Barra Clube, no Canto do Rio, no Clube de Regatas Icaraí, etc. Por que ninguém tenta abrir escolinha de Pólo nestes lugares?

    Um grave erro da FARJ é o de não levar o Pólo Aquático para o interior do estado. Nossos Campeonatos Estaduais na verdade não passam de Campeonatos Cariocas (Municipais). Será que ninguém em Resende, Angra dos Reis, Macaé, Campos, Volta Redonda, Baixada Fluminense e Niterói têm interesse em jogar Pólo?

    ResponderExcluir
  2. Agradeço ao Crivella pela entrevista e o parabenizo pela análise simples e objetiva da situação atual do polo aquático no Tijuca, sem jogar a responsabilidade, em momento algum, nas costas de terceiros. Se a atual diretoria do Tijuca ñ valoriza, nem investe no polo aquático, cabe aos sócios do clube se mobilizarem e mudarem esse quadro.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns ao Crivella pela lucidez e maturidade nas suas declarações.Como ele,fui atleta ÚNICAMENTE do TTC,por 10 belos anos,no tempo em que seu slogan era "a camisa do Tijuca não tem bolso",para deixar bem claro que estávamos ali por amor ao clube e por tudo que,na época,ele fazia por nós.Depois,como profissional,trabalhei 5 longos e felizes anos à frente da escolinha de pólo,formando várias gerações de atletas que hoje brilham em seus clubes,depois de se desiludirem com os rumos que a falta de uma política séria e honesta deram aos esportes aquáticos do clube,nas mãos de pessoas absolutamente sem nenhum conhecimento do que seja fazer trabalho de base e,consequentemente,formar atletas para suas equipes de base e daí por diante, sem falar no absurdo que foi acabar com a equipe feminina de pólo,finalizando com minha demissão da escolinha de pólo sob a alegação de que "a escolinha não precisa de um árbitro da FINA como professor",ignorando por completo os benefícios imediatos que esse intercâmbio internacional me proporciona e, consequentemente,proporcionaria aos demais atletas,numa troca de conhecimentos sobre o que de mais moderno acontece no pólo aquático mundial.Crivella é um excelente técnico, um ótimo Supervisor e esteve ao meu lado em todos os momentos dessa situação e deixo aqui, publicamente, não só o meu apoio e minha torcida para que o nosso Tijuca volte a ser o que era mas,acima de tudo,um muito obrigado pelo seu apoio e amizade.Não desista porque tudo nessa vida é circular,ainda nos veremos na borda da piscina,é só esperar.

    ResponderExcluir
  4. ola a todos, se calhar poucos se lembram de mim, mas como muitos começei no polo aquatico 1970 e fiquei ate 1979 altura q vim para portugal, tenho pena sinceramente q isso aconteça a um club desses, com o tamanho q sempre teve no polo aquatico,fiz mtos amigos ai, muito treino , mta dedicaçao, em fim, treinei mto com o ricardo, fui treinado pelo jorginho e o waldir, gostava q ao verem esse comentario pudessem passar a palavra a alguns

    ResponderExcluir
  5. gostaria mesmo q os meus antigos colegas pudessem se comunicarem cmg, para relembrarmos tempos antigos e falarmos desses longos tempos de auzençia, meu mail jalzx10@hotmail.com

    um abraço a todos , e força tijuca, nao dezistam


    jorginho xexeu

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Confira os campeões de 2018 dos torneios em águas abertas

Mercado 2012: primeiras contratações Paineiras Projeto Futuro (atualizado)

Quem chega: Daniel Amorim [1993] (SESI); Rodrigo "Beisso" Siracusa [1993] (SESI); Matheus Anastasio [1994] (Pinheiros). OBS.: confirmadas também a permanência de Fábio "Binho" Arnoldi e a volta do centro Caio Braz. OBS.2: Ramiro Garcia também permanecerá, já Murício Lima foi mesmo para o SESI.

II OPEN SANTOS POLO OCEAN - Santos (SP)