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Balanço da Copa Brasil Infanto (98)

Postamos abaixo, texto do prof. Ricardo Cabral, analisando a Copa Brasil Infanto (98).



"Balanço Infanto-Juvenil 2011

O comentário do Prof. Canetti, postado no Blog, reflete o que realmente foi a competição que envolveu nesse final de semana de feriado prolongado, sete equipes com garotos de no máximo, 13 anos (acredito que a maioria bem abaixo do limite máximo), num clima, apesar de competitivo, de festa e confraternização. As vezes como não poderia deixar de ser, um pouco exaltado por conta dos “pais-torcedores” apaixonados pelos seus filhos e pelo esporte, mas dentro de uma normalidade bem aceitável. Reconheço que controlar a ansiedade e o nervosismo nem sempre é tarefa fácil. O esporte infantil é assim, e o polo aquático não será exceção, cabe aos organizadores e ao público em geral se policiar para que não se cometam exageros.
Na verdade gostaria de colocar um assunto em discussão, principalmente, com os técnicos. A despeito da idade ( não a máxima da categoria) mas da média de uma forma geral, achei e outros também, que os garotos estão nadando mal. Antes que entendam mal a que me referi, vou explicar. Não é nadar mal do ponto de vista de ser nadador de competição, mas nadar mal do ponto de vista de eficiência de deslocamento na água. Não estou me referindo a condicionamento físico, mas sim, a qualidade técnica do nado de polo aquático.
Muitos devem estar se perguntando ou contrapondo o que foi lido até agora, argumentando que grande parte desses garotos começam o polo aquático sem “saber nadar direito” ou que “nunca fizeram natação”. Concordo, mas a pergunta que eu faço é exatamente por isso: Que atenção está sendo dada a um fundamento importantíssimo no polo aquático que é a natação? Que tempo é dedicado na melhora da qualidade técnica do nado ( equilíbrio do corpo com trabalho de pernas e eficiência na puxada da braçada)? O tempo é proporcional ao dedicado para o ensino de outros fundamentos? Sempre fui contra dedicar o “pouco tempo” que temos nos clubes para o trabalho nas categorias de base, para aquelas séries de natação, do tipo 20 x 100, 40 x 50, etc... que tem por objetivo melhora do condicionamento físico. Entretanto, dedicar tempo para melhorar a técnica de deslocamento é fundamental.
Saindo do campo da especulação teórica, vamos mergulhar em nossa realidade prática. Pensem em alguns bom jogadores que nós temos que, seguramente são muito habilidosos ou com grande potencial, mas que acabam deixando de explorar o máximo de sua capacidade por nadarem mal (volto a dizer que nadar mal nada tem haver com falta de condicionamento físico). Jogadores capazes de executar jogadas fantásticas na defesa ou no ataque, mas que “sofrem” ao darem desnecessariamente, um número muito superior de braçadas para voltarem para defesa ou chegar no ataque. Em termos observáveis é aquele jogador que se arrasta nas braçadas, com pouco equilíbrio do nado, e se cansando muito mais. Em outras palavras: Sem eficiência.
Nesse final de semana pude observar também promessas de jogadores fantásticos mas que se, infelizmente, não trabalharem também esse fundamento importante vão acabar igual a muitos outros que não perceberam a tempo a importância disso. Em outras palavras. Adquirir condicionamento físico através da natação é muito mais fácil a partir do juvenil ou júnior quando se tem uma boa base técnica de nado. Adquirir condicionamento físico em natação depois de passar anos já tendo formalizado uma técnica de nado errada é muito mais difícil e as vezes impossível.
Em tempo, a CBDA organizará em Maio (data a ser definida), talvez antes ou logo após o Brasileiro Sub-19, um curso de análise qualitativa de movimentos do polo aquático, com a utilização também do Dartfish, para técnicos, professores de polo aquático e professores de Educação Fisica. A idéia é preparar técnicos e disponibilizar os dois softwares Dartfish adquiridos pela CBDA, para os clubes, em caráter de rotatividade, para análises de fundamentos (deslocamentos, passes, chutes, etc) dos atletas. O curso terá também como objetivo após ouvir os técnicos que trabalham com os atletas, a elaboração de um protocolo de avaliação técnica que permitirá o acompanhamento da evolução dos mesmos a partir da categoria infanto-juvenil. Para aqueles que quiserem já enviar sugestões, podem fazê-las através do e-mail pesquisapolo@cbda.org.br. O Professor Guilherme Tucher coordenador da equipe de pesquisa e apoio multidisciplinar do polo aquático, manterá o contato direto com vocês.

Abraços
Ricardo Cabral"

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