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Mundial Júnior de Polo Aquático: Comissão Técnica e Atletas, imagem refletida e mudança de atitude

Segue abaixo artigo do prof. Ricardo Cabral sobre a participação do Brasil no Campeonato Mundial sub-20, de Szombathely, na Hungria.






"Não pude estar presente nesse Mundial Júnior de Polo Aquático na Hungria, onde o Brasil obteve uma ótima classificação, finalizando na sétima colocação e com muito boas apresentações. Supresa para quem acompanha o dia a dia do polo aquático brasileiro? Não, nem um pouco. Pode ter sido surpresa para aqueles que insistem no blá, blá, blá da falta de estrutura, falta de apoio, e compactua com o discurso dos “garotos” coitados, que se sacrificam, e por aí vai. Como é difícil tirar essa muleta! Coisas que durante muito tempo foram reforçadas por Comissões Técnicas ( não as Cubanas) e que refletiam no comportamento da equipe fora e dentro da água.

Acompanho o Prof. Angelo na Seleção Júnior, desde sua primeira participação. Como Chefe de Equipe, sempre me coloquei numa posição um “torcedor de luxo” podendo, de perto, acompanhar as equipes. Umas das coisas que admiro no Prof. Angelo, é a sua determinação, abnegação, vontade de sempre aprender mais e, principalmente, sua atitude, que não oferece espaços para lamentações e desculpas, coisas que outros, insistem em fazer.

Talvez, por ser o Prof. Angelo também técnico de um clube, o Botafogo.F.R, onde nada cai do céu para o polo aquatico, onde cada centavo conseguido e gasto é valorizado ao máximo, ele consiga transmitir isso para a Seleção. Algo do tipo “No pain , no gaim” adapatado para “Sem sacrifício, sem resultado”.

O Professor Angelo, sabe muito bem, que equipes que lá estiveram e que foram nossas adversárias direta na piscina, como Austrália e Canadá, participaram com seus atletas arcando com os recursos próprios , incluindo os pré treinamentos e que a CBDA, só para treinamentos da a equipe com recursos do SICONV gastou algo em torno de 60 ponte aéreas Rio/SP/Rio e 300 diárias com refeições completas, aluguel de vans entre outras coisas mais. Isso é mais do que valorizado por ele e, agora, pelos atletas.

Do ponto de vista técnico lembro de duas passagens em sua carreira que mostram sua evolução e que refletem na equipe. Uma em Long Beach que, ao finalizar a competição, ele me disse: Eu achei que tinha treinado esses meninos. Eles tem que treinar 10 vezes mais. Daí para frente fez isso. Alguns dizem que ele treina em excesso, mas a verdade é que o resultado começou a aparecer.

Uma outra situação, desta vez no Mundial da Croácia, quando a equipe perdeu para a Itália, por uma diferença não muito grande. Quando retornávamos de Sibenic para Vodice no ônibus ele me perguntou o que eu havia achado. Respondi para ele que o Brasil não jogou. Ficou com medo de jogar e não atacava para não sofrer gols de contra ataque. O próprio Angelo reconheceu, e daquele jogo em diante a equipe dirigida por ele passou a jogar polo aquático. Ficamos em 10o lugar e perdemos o ultimo jogo para a Hungria por um gol de diferença.

A Seleção Brasileira Júnior, hoje, tem atitude de campeã. Quando falo de atitude, é uma manutenção permanente de um comportamento vencedor. Isso é mérito do Prof. Angelo e do Prof. Frank Diaz, outro que por ter sido da Seleção Cubana, sabe muito bem o que é de verdade não ter estrutura de apoio

Parabéns a todos que lá estiveram, aos clubes e técnicos que cederam jogadores e ajudaram diretamente na formação .Para os que insistem numa postura perdedora para o polo aquatico brasileiro, só tenho a lamentar."


Por
Ricardo Cabral – Supervisor Geral de Polo Aquático CBDA

Comentários

  1. É hora de saborear esse resultado, q só conseguimos outras duas vezes em mais de 30 anos de Mundiais Juniores. Por isso, vou me abster de maiores comentários, deixando para outra oportunidade uma análise mais detalhada do momento atual do polo brasileiro. Apenas uma observação: o q eu notei de diferente nessa seleção, em relação a outras, foi a qualidade do banco. Já tivemos vários bons times ao longo dos últimos anos, mas q pecavam na hora q era preciso recorrer ao banco. Essa geração 93/96 me parece mais homogênea, o ritmo de jogo ñ caía tanto qdo era preciso usar o banco. Acredito q isso fez muita diferença.
    Abs.

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    Respostas
    1. Só mais duas coisas q gostaria de acrescentar. Muito boa a lembrança ao papel do prof. Frank Diaz, q além de conhecer polo aquático, tem uma postura muito firme frente as dificuldades (sem chôrôrô, como costuma se dizer). E, outra coisa q eu gostaria de lembrar, é q tive várias oportunidades de conversar com o ex-treinador do Brasil, prof. Goran Sablic, q após avaliar o potencial da base brasileira, repetiu diversas vezes q o objetivo com a geração 93 era brigar pelo 8º lugar no Mundia Jr., eqto a geração 96 brigaria pela 4ª posição. Qdo eu relatava essas conversas no meio do polo aquático, as reações eram de incredulidade e, às vezes, escárnio. Fica o registro.
      Abs.

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  2. Parabéns aos atletas e a comissão técnica pelo resultado. Quanto ao texto do Prof Ricardo Cabral só gostaria de saber o motivo da citação do tema que Austrália e Canadá foram ao Mundial por conta dos atletas e que o Brasil foi subvencionado. Me desculpe, mas acho que este tipo de colocação não quer dizer absolutamente nada. Se o governo disponibiliza recursos para o esporte então temos que usá-lo e não ficar com esses recursos guardados para aplica-lo em ações para as quais não foram destinados. Se pagou o que foi dito, deveria ter pago mais ainda, quem sabe o resultado não tivesse sido melhor.

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  3. Só completando o meu comentário anterior, pelo visto a subvenção deu certo. Ficamos na frente de Austrália e Canadá.

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  4. Emir, pelo que entendi então do seu comentário, a seleção teve apoio. Parece pelos seus comentários sempre que o polo não tem apoio. Tem sim com projetos apresentados ao governo, com verba incentivada, com Correios e Lei Piva. Em 01 mês, uma seleção foi para o mundial em Barcelona, 01 seleção foi para o Mundial da Hungria, 01 seleção está agora em Volos para o Mundial da Grecia, e na próxima sexta, 02 selecões viajam para o Panamericano Junior de Buenos Aires. No primeiro semestre, as seleções treinaram nos EUA e Espanha, participaram, ambas, de um período e treinamento antes do Pré-Mundial em Calgary, as duas equipes participaram do Pré Mundial de Calgary, ambas participaram da Liga Mundial Etapa Americana, o masculino foi a Cheliebynsk para a Super final e ainda o masculino foi a Universíade. E ainda em Setembro 07 árbitros vão para a Escola de Arbitros da FINA que acontecerá em Buenos Aires. Temos agora em Setembro a Liga Nacional, com a participação da Seleção 95/96 sempre que os jogos forem em São Paulo.
    Infelizmente, Emir, tem muita gente no polo que se enquadra no efeito caranguejo. Aquele caranguejo que fica por último no balde, sempre puxando os outros para baixo, quando alguns tentam subir. A borda da piscina, está cheia de caranguejo. Cuidado para não ser mais um dos grande.

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  5. Receita simples de bolo para 2016

    Ingredientes:
    1- Usar uma massa bem fresquinha e de boa qualidade como a que já temos (93/96)
    2- Acrescentar uma colher pequena de fermento , para fazer esta massa crescer ainda mais.
    NOTA- Observar se este fermento tem validade de pelo menos até 2018 para valer o investimento.

    Preparo:
    1- Bater toda a massa acrescentando leite e ovos (COMPETIÇÕES E TREINAMENTOS LONGOS INTERNACIONAIS) indispensáveis para a estrutura do bolo.

    2- Ligar o gás total ( TREINAR MUITO) e deixar o bolo crescer !

    Precauções e cuidados :
    Não deixar ninguém que não saiba fazer o bolo, ou que prefira por não dar trabalho utilizar massa pronta , interfira no preparo deixando o bolo solar ou desandar mais uma vez.
    Ah! Havia me esquecido do açúcar . Nada de “diet ou light “nessa hora ! Pois como disse o Clodoaldo temos que estar saboreando este bolo também em 2016.

    Dia 20/08 as 19:30 no auditório da piscina do BFR , será realizada uma palestra sobre as modificações das regras que já serão adotadas por ocasião da LIGA NACIONAL. Todos os interessados estão convidados.

    Roberto Cabral

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  6. Gostaria de responder ao Anônimo (como eu adoro os "anônimos"), que em momento algum coloquei em dúvida a aplicação dos recursos governamentais que são repassados ao esporte e, em especial, para CBDA. Apenas quis frisar que no texto do Prof Ricardo Cabral, mais uma vez, foi citado por ele o tal auto patrocínio das seleções da Austrália e Canadá como se isso fosse algo que fizesse a diferença. Na realidade, no meu modesto entendimento, a diferença se faz nos detalhes que estão expostos na última resposta postada por ele. A diferença está em muito treino, muito intercâmbio, planejamento sério e cumprido integralmente e sem a interferência daqueles que só pretendem aparecer. Torço para que o planejamento para 2016 seja realmente seguido fielmente e sem atravessadores. Boa sorte.

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  7. Prezado Emir
    Não que isso faça "a diferença"mas ajuda em muito. Vamos ver uma situação hipotética. Você é o gestor da sua casa e você estabeleceu como meta até 2016, promover melhorias nas acomodações. Você e sua família tem recursos que vem do seu trabalho e do trabalho de sua esposa. Paralelo a isso, você tem ainda algumas atribuições que não podem ser deixadas de lado, como educação dos filhos, alimentação, entre outras coisas. Se seus filhos forem obrigados a contribuir com algumas despesas, irá sobrar mais recurso para você aplicar nas melhorias e atingir suas metas.
    Com o esporte é a mesma coisa, temos verba, sim, mas ainda são suficientes para atingir as nossas metas com mais rapidez, a menos que corte gastos com a base, eventos nacionais, Ligas, etc. Hoje as categorias de base (Junior e Youth) com as sub divisões envolvem bastante recursos da CBDA. Outra alternativa seria que os atletas pagasse como nos países citados, o que não será feito porque não é a política da CBDA.
    Acho que você não cortaria também a educação, saúde, alimentação de seus filhos.
    A melhor solução seria conseguir mais verbas e isso estamos por enquanto conseguindo com os Projetos apresentados.
    Um abraço
    Ricardo Cabral

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  8. Só para encerrar esse assunto que já está ficando chato. Em relação ao exemplo que vc citou meu amigo, eu sei quanto eu ganho e até onde/como posso/devo investir/gastar. Infelizmente, eu não sei o valor global dos recursos que são repassados para CBDA e nem o que é destinado ao pólo aquático, portanto, não sei se a maneira como os recursos são aplicados é a mais adequada. Acredito que sim, pois acredito na honestidade de propósito das pessoas que gerem o pólo aquático nacional. Então, espero de coração que todo o planejamento e o gasto dos recursos públicos destinados ao esporte, em especial ao pólo, sejam aplicados da melhor forma possível e que os objetivos traçados sejam alcançados.

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